segunda-feira, 13 de abril de 2009

VAN GOGH: GÊNIO OU LOUCO?

REFLEXÕES SOBRE

VAN GOGH



GÊNIO ou LOUCO



“Não vos deixo nada a não ser uns restos do que fui.
Prefiro que não se lembrem de mim”.

Bilhete encontrado ao lado do corpo de VanGogh quando de seu suicídio.





Que Van Gogh era considerado louco por ter cortado sua orelha todos já sabem. Mas existe uma linha ténue entre a loucura e a criatividade dos grandes gênios. Excentricidade a parte é claro. Platão já considerava a arte uma espécie de loucura divina que acometia as pessoas criativas. A semelhança entre a loucura e a criatividade está na maior predisposição a estímulos externos.

Os impressionistas foram recebidos com desprezo pelos críticos da época, considerados loucos. O que eles diriam de Duchamp e os Dadaístas, quando derrubaram todos os conceitos do que era considerada arte.Claro que muitos dos movimentos tinham o interesse de chocar o público, ou apenas mostrar a alma humana através das cores, tal como Gauguin precisava pintar as areias de rosa para expressar sua emoção.
No final a arte e o homem, criatividade e a loucura, fazem parte dos retratos da alma, quebrar barreiras e tentar achar o novo é o interesse do homem. Se não fosse a busca pela cor dos Fauvistas, das máquinas com o futurismo e todas as negações Dadaístas não teríamos a arte...
(do Grupo Os Asnos e os Outrros)


Munch, Van Gogh, Picasso... De muitos artistas sempre se disse que não batiam lá muito bem da cabeça. Pois agora aumentam as evidências científicas de que criatividade e doença mental andam de fato muito próximas.
por Ulrich Kraft



Concluída a escola, o jovem Vincent van Gogh vai trabalhar na compra e venda de objetos de arte, primeiro em Haia, depois em Londres. A infelicidade no amor o lança na primeira depressão grave. Seus pensamentos voltam-se para a religião. Passa quatro anos na Bélgica trabalhando como pastor. Ali, ajuda no que pode e luta pelos direitos das pessoas. Contudo, isso desagrada a Igreja, da qual é expulso, fazendo-o mergulhar em nova crise. "Minha única angústia é descobrir como posso ser útil ao mundo", escreve ao irmão Theo, seu mais íntimo confidente.Somente aos 27 anos, Vincent decide ser pintor. Lança-se ao trabalho com enorme intensidade. Em 1886, vai viver com Theo em Paris, onde sua saúde piora. Começa a sofrer de cãibras na mão esquerda. Passados os acessos, fica perturbado e a memória falha por breves períodos - primeiro indício da epilepsia diagnosticada mais tarde. O gosto do pintor pelo absinto contribui para o agravamento de seu estado. Sabe-se hoje que a bebida contém uma substância que favorece ataques epilépticos e psicoses. Seu temperamento explosivo e as oscilações de humor o tornam persona non grata para vários de seus conhecidos. "É como se fossem duas pessoas: uma delas, de grande talento, culta e sensível; a outra, egoísta e fria de sentimentos", descreve Theo.


No início de 1888, Vincent vai para o Sul da França, "cansado e desesperado", como ele próprio diz. Ali, sintomas de um grave transtorno psíquico manifestam-se com crescente nitidez. Períodos de atividade febril alternam-se com apatia e esgotamento total - sinais típicos de depressão maníaca. Sentindo-se só, pede ao amigo Paul Gauguin que se junte a ele. Juntos, os dois pintores fundam o "Estúdio do Sul". Mas este relacionamento deteriora, culminando numa catástrofe: em dezembro de 1888, van Gogh o ameaça com uma navalha e termina por amputar a própria orelha.No hospital, o primeiro diagnóstico: psicose grave. O médico Felix Rey também suspeita de epilepsia larvada, em que os acessos convulsivos têm forma bastante amena. Em compensação, imperam outras ocorrências psíquicas e o paciente oscila entre euforia extrema e depressão profunda, acompanhadas de angústia e insônia. Alucinações e mania de perseguição integram o quadro dos sintomas, bem como pronunciada emotividade, que, com freqüência, culmina em solicitude exagerada ou religiosidade extrema.A epilepsia de lobo temporal é tida como a explicação mais provável para o perturbado estado mental de van Gogh. Rey o trata com brometo de potássio. Passados alguns dias, o artista se recupera. Embora o médico chame sua atenção para os perigos do absinto, o pintor o ignora. Essa é uma das razões para as várias recaídas, que requerem repetidas internações. Seu estado psíquico é tão instável que, em maio de 1889, interna-se espontaneamente no sanatório de Saint Rémy.O médico da instituição confirma a epilepsia, mas suspende o tratamento com brometo de potássio. Apesar dos episódios de uma grave psicose, van Gogh produz no ano seguinte mais de 300 obras. Depois, muda-se para Auvers-sur-Oise, nas proximidades de Paris. Nos campos ao redor de Auvers, pinta algumas de suas grandiosas paisagens.
Em carta a Theo, menciona que gostaria de aumentar sua paleta de cores e pede apoio ao irmão. Três dias depois, o grande artista se mata com um tiro no peito.


Genialidade, criatividade, loucura...

O psicólogo americano Joy Paul Guilford (1897-1987) definiu criatividade como a capacidade de, diante de um problema, "encontrar respostas incomuns, de associação longínqua". Para chegar a uma idéia original, abandonam caminhos já trilhados e pensam de modo diferente. O intelecto, então, não se aferra à busca de uma única solução correta, mas move-se em diversas direções. Quanto mais fluentes e livres jorrarem os pensamentos, melhor. São precisamente esses talentos que os portadores de transtornos bipolares exibem em abundância na fase maníaca. Seu cérebro trabalha à toda, despejando idéias nada convencionais. Essa imensa produção está longe de resultar apenas em coisas sensatas, mas pouco importa: a massa de idéias que brota da mente maníaca eleva a probabilidade de que haja entre elas alguns lampejos mentais "genuínos".

Já o pioneiro Guilford via o segredo - do pensamento criativo - na capacidade de estabelecer um vínculo entre o racional e o irracional, o conhecido e o desconhecido, o convencional e o não convencional. Se, porém, a criatividade brota dessas oposições, espíritos criativos arriscam-se continuamente a ir longe demais com suas idéias e seus pensamentos, ultrapassando as fronteiras do inteligível.

"Boderline" - (Transtorno de Personalidade Instável).


Características marcantes do transtorno

a- Instabilidade emocional,
b-Falta de controle de impulsividade,
c-São comuns acessos de violência ou comportamento ameaçador, particulamente em resposta a críticas de outros,
d- Sentimentos crônicos de vazio,
e- Propensão a se envolver em relacionamentos intensos e instáveis,
f-Ameaças de suicídio/ou atos de auto lesão, e
g. Baixa auto-estima.
Segundo a OMS, em 2020, a depressão nervosa passará a ser a segunda causa de mortes mundiais por doença, após doenças coronárias. Os sintomas, geralmente associados ao quadro depressivo, incluem fadiga ou dores no corpo, insônia, mudanças no apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade, medos irracionais e sentimentos de baixa auto-estima, culpa ou fracasso.
Alguns sintomas de depressão:
AnsiedadeCansaço e perda de energia;
Sentimento de tristeza persistente;
Diminuição do interesse e prazer em atividades que antes eram prazerosas;
Problemas de auto-confiança e auto-estima;
Dificuldade de concentração e de tomar decisões;
Sentimentos de culpa, desesperança, desamparo, solidão, ansiedade ou inutilidade
Alterações no sono;
Dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual, dormir em excesso ou pesadelos;
Isolamento: evitar outras pessoas. até mesmo amigos íntimos ou familiares;
Perda de apetite com diminuição do peso ou compulsão alimentar;
Perda do desejo sexual;
Pensamentos de suicídio e morte;
Inquietação e irritabilidade;
Auto-agressão;
Mudanças na percepção do tato
Acessos de choro;
Desatenção à própria higiene;
Possíveis mudanças comportamentais como agressão ou irritabilidade;
Medo ou sensação de ser ou estar sendo abandonado.
Algumas pessoas apresentam apenas alguns dos sintomas, outros apresentam inúmeros sintomas, com intensidade variada.Pessoas deprimidas têm frequentemente pensamentos mórbidos e a taxa de suicídio entre depressivos é 30 vezes maior do que a média da população em geral. A depressão é considerada em várias partes do mundo como uma das doenças com mais alta taxa de mortalidade
(*fonte: wik´pédia)

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