terça-feira, 28 de abril de 2015

Programação Abril


Na espera de um novo local para poder retomar as nossas sessões de quarta-feiras e assim garantir ao público o nosso habitual duplo encontro semanal, nesse mês de Abril seguimos com as exibições do domingo na Casa da Cultura às 19hs. Um programa cheio de filmes atuais e aclamados pela crítica internacional que lotaram o auditório (aproximadamente 150 pessoas por sessão).



A novidade do mês de Abril foi o retorno do Cineclubinho Paraty à Casa da Cultura. A programação de Cinema Infanto-Juvenil, uma iniciativa dedicada ao publico infantil e mais jovem que assim poderá assistir pela primeira vez na cidade à sessões marcadas de  filmes, curtas e desenhos animados dublados em português. A programação começou com uma serie de curtas da Pixar. Inicialmente foi marcada para todos os sábado às 19hs na Casa da Cultura, mas devido aos compromissos tomados anteriormente pela direção da Casa com outros eventos na cidade nessas mesmas datas, não foi possível garantir as projeções uma vez por semana no mês de Abril. Pais e crianças, fiquem de olho no nosso blog e no Facebook para a programação atualizada do mês de Maio!


PROGRAMAÇÃO ABRIL CASA DA CULTURA-DOMINGO É DIA DE CINEMA

Dia 05/04

ARGO  (EUA; Dir. Ben Affleck; Drama; 120 min; 14 anos.)
Vencedor de 3 Oscar - 2013 (Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Edição)



Seis diplomatas, em plena Revolução Iraniana, conseguiram escapar da embaixada americana tomada por rebeldes e se refugiaram na casa do embaixador canadense. Para conseguir escapar do Irã e voltar aos Estados Unidos, eles optaram por um plano ousado: fingir ser integrantes da equipe de filmagens de uma ficção científica de Hollywood, chamada Argo, coordenada por Tony Mendez (Ben Affleck), especialista da CIA.

Dia 12/4

A BUSCA (2013; Brasil; Luciano Moura; Drama; 90 min; 12 anos.)
Premiado no Festival de Cinema do Rio como Melhor Filme Ficção pelo voto popular. Seleção Oficial - Film Sundance Festival 



Theo Gadelha (Wagner Moura) e Branca (Mariana Lima) são casados e trabalham como médicos. O casal tem um filho, Pedro (Brás Antunes), que desaparece quando está perto de completar 15 anos. Para piorar a situação, Theo fica sabendo que Branca quer se separar dele e que seu mentor (Germano Haiut) está à beira da morte. Theo sai em busca do filho sumido e aproveita a viagem para se redescobrir.

Dia 19/4

LUCY (2014; França; Dir. Luc Besson; Ficção Científica; 89 min; 16 anos.)



Quando a inocente jovem Lucy (Scarlett Johansson) aceita transportar drogas dentro do seu estômago, ela não conhece muito bem os riscos que corre. Por acaso, ela acaba absorvendo as drogas, e um efeito inesperado acontece: Lucy ganha poderes sobre-humanos, incluindo a telecinesia, a ausência de dor e a capacidade de adquirir conhecimento instantaneamente.

Dia 26/4

BOYHOOD (2014; EUA; Dir. Richard Linklater; Drama; 165 min; 12 anos.)
6 Indicações ao Oscar 2015 (Vencedor - Melhor Atriz Coadjuvante a Patricia Arquette)



O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.

Assim começou o nosso 2015 - Atividades de Março



O Cineclube Paraty retomou as suas atividades no mês de Março depois de umas merecidas férias e com muita saudade do seu público e de salas lotadas!






Tudo parecia dar certo para começar o ano do melhor jeito: fomos selecionados como um dos pontos de exibição da 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos do Hemisfério Sul, que programamos e divulgamos para todas quarta-feiras de Março na Sala Iphan, e também seguimos com os tradicionais domingos de cinema na Casa da Cultura.





Porém infelizmente, poucos dias antes do começo da Mostra, chegou a má noticia: o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), comunicou o encerramento da parceria estabelecida há 4 anos com o Cineclube Paraty, durante uma reunião entre a chefe do escritório e o Diretor Geral do Cineclube Danilo Medeji.

O término da parceria foi justificado com uma serie de dificuldades da Casa do Patrimônio por manter as atividades do Cineclube, devidas principalmente à falta de infraestrutura e de funcionários, mas também a uma suposta falta de contribuição do mesmo Cineclube para promover a missão do IPHAN (veja carta aberta do Cineclube no post anterior).



Conseguimos felizmente remarcar as 3 sessões da 9º Mostra de Cinema de Direitos Humanos no Hemisfério Sul  previstas no Iphan, para o auditório da Casa da Cultura nos dias 18, 20 e 21 de Março. 









Realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura, graças ao projeto "Democratizando" a Mostra atingiu em 2014 mais de 1000 pontos de exibição em todo Brasil, entre eles a cidade histórica de Paraty. 


Dia 18/3

QUE BOM TE VER VIVA – Dir. Lúcia Murat (Brasil, 1989, 95’)


A Mostra abriu com uma homenagem à diretora carioca Lucia Murat. Duas décadas depois, oito ex-presas políticas falam sobre a luta e a tortura vividas durante o regime militar brasileiro e a experiência de ter sobrevivido. Entre os depoimentos, delírios e confissões de uma personagem anônima, que reflete sobre o peso de ter sobrevivo lúcida às torturas.


Dia 20/3

SOPHIA - Dir. Kennel Rógis - (Brasil, 2013, 15')








Na busca por entender melhor o universo de Sophia, Joana, mãe dedicada, passa por belíssimas experiências sensoriais. Uma singela história de amor cercada de poesia visual e sonora.

A VIZINHANÇA DO TIGRE – Dir. Affonso Uchoa (Brasil, 2014, 95')



Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.

Dia 21/3

PELAS JANELAS – Dir. Carol Perdigão, Guilherme Farkas, Sofia Maldonado, Will Domingos (Brasil, 2014, 35`)



Ao longo de 3 meses, uma equipe formada por quatro estudantes universitários de Cinema e Audiovisual acompanhou parte dos processos e experiências dos projeto de cinema, educação e direitos humanos “Inventar com a Diferença”, realizado em escolas espalhadas por todo o território nacional.

RIO CIGANO - Dir. Julia Zakia (Brasil, 2013, 80')



Uma cigana atravessa mundos para salvar sua grande amiga de infância de uma condessa sanguinária.

Dia 29/3

CABRA MARCADO PRA MORRER – Dir. Eduardo Coutinho (Brasil, 1985, 119')



Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.





PROGRAMAÇÃO MARÇO NA CASA DA CULTURA - DOMINGO É DIA DE CINEMA



Dia 01/03 



NO DIRECTION HOME – Bob Dylan (2ª Parte) Dir. Martin Scorsese (EUA, 2009, 113 min; 14 anos.)



O prestigiado diretor Martin Scorsese, indicado a vários Oscar®, já mostrou mais de uma vez ter intimidade com o rock. Agora ele aceita o desafio de desvendar um mito e traz a extraordinária trajetória de Bob Dylan, desde suas raízes no Minnesota, suas primeiras aparições nas cafeterias do Greenwich Village, até sua tumultuada ascensão ao estrelato em 1966. Vários depoimentos permeiam o documentário que traz algumas cenas raras, nunca vistas, tanto de apresentações ao vivo quanto de entrevistas, com o recluso astro. Imagens preciosas para qualquer fã de rock.

Dia 08/03

ALBERT NOBBS -  Dir. Rodrigo Garcia (Reino Unido, Irlanda, 2012, 118 min; 14 anos.)


Irlanda, século XIX. Albert Nobbs (Glenn Close) trabalha como mordomo e esconde um segredo: é, na verdade, uma mulher. Durante 30 anos ela vestiu roupas masculinas e se fez passar por um homem, para poder se manter e concretizar o sonho de ser a dona de uma tabacaria. Entretanto, sua farsa é ameaçada quando um pintor, Hubert Page (Janet McTeer), divide o quarto com Albert por não haver outro dormitório disponível no hotel em que ambos trabalham.

Dia 15/03

ANGEL-ADir. Luc Besson (França, 2005, 90 min; 14 anos.)


As muitas dívidas de André (Jamel Debbouze), um zé-ninguém de 28 anos, o mantém preso a perigosíssimos gângsteres. Prestes a cometer suicídio atirando-se de uma das mais altas pontes de Paris, André nota a presença de outro suicida - na verdade outra, uma linda loura (Rie Rasmussen). Depois de resgatá-la das turbulentas águas que correm sob a ponte, André e a misteriosa mulher descobrem que ambos têm muito mais coisas em comum do que imaginam.


Dia 22/03 

O GRANDE HOTEL BUDAPESTDir.  Wes Anderson (Reino Unido, Alemanha, 2014; 100 min; 14 anos.)



No período entre as duas guerras mundiais, o famoso gerente de um hotel europeu conhece um jovem empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

PARATY PERDE SALA DE EXIBIÇÃO DE FILMES


O audiovisual brasileiro vai bem, obrigado. Provavelmente nunca esteve tão bem.
     Nunca se produziu tantos filmes nacionais como nos últimos anos, após a fase conhecida como “A Retomada do Cinema Brasileiro”, datada em meados da década de 1990.
      Nunca houve tantos filmes brasileiros em cartaz no circuito comercial, inclusive nos Shopping Centers. Consequentemente, nós, brasileiros, nunca pudemos ter acesso a tantas produções nacionais como atualmente. Sem falar no acesso às produções estrangeiras, que continua crescendo.
     Conforme destacou recentemente o ministro da cultura, Juca Ferreira, a contribuição do audiovisual para o desenvolvimento econômico e social do Brasil é imprescindível. Segundo ele, o Brasil tem hoje uma das mais robustas políticas públicas para o setor audiovisual no mundo, caminhando para ser o quinto maior produtor do mundo nesse setor. “Esses números são resultado do talento, da organização e do empenho de todos os brasileiros que ocupam a imensa cadeia do audiovisual, e da realização de políticas públicas de fomento”, afirmou.  
      Visando melhorias tanto no crescimento de mercado quanto no aumento da qualidade, na formação de público e nas produções, o ministro divulgou que tem como diretriz atrair as universidades, os cineclubes e a crítica criativa e colaborativa.
      Destacando também a importância de políticas públicas para o audiovisual do Ministério da Educação, Juca Ferreira disse “esta lei trata o audiovisual como parte fundamental da agenda de uma Pátria Educadora e abre as portas da escola para o cinema nacional, para a formação de plateia e para a qualificação da crítica”, referindo-se a Lei 13.006, sancionada no ano passado pela presidente Dilma Rousseff, que obriga a exibição de produções nacionais nas escolas por, no mínimo, duas horas mensais.
     Os governos estaduais, em sintonia com as diretrizes federais das pastas da cultura e da educação, também têm criado projetos de apoio à formação de cineclubes dentro das escolas, envolvendo toda a comunidade escolar.
    Em outras palavras, queremos dizer que os cineclubes brasileiros, estas organizações nãocomerciais que atuam em espaços alternativos de exibições de cinema – somos mais de 1.300 ! – apesar de todas as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, também podemos afirmar: O CINEMA BRASILEIRO VAI BEM, OBRIGADO E CONTRIBUIMOS PARA ISTO, TRABALHANDO VOLUNTARIAMENTE.
    Um exemplo que justifica a nossa contribuição é a parceria estabelecida no início de 2011 entre o Cineclube Paraty e o Escritório do IPHAN em Paraty, quando a então chefe deste escritório abriu as portas de um espaço que se encontrava ocioso para a ONG equipar o local após ter sido contemplado pelo Edital Cine Mais Cultura no final de 2010. Este edital do governo federal, através do Ministério da Cultura, premiou o Cineclube Paraty e muitas outras instituições por todo o país, com equipamentos de audiovisual, com um vasto acervo de DVDs nacionais e uma capacitação de uma semana, realizada na cidade do Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas pelo governo federal; fato jamais ocorrido na história deste país e pouquíssimo divulgado pela mídia.
    Todavia, indo na contramão desta recente história, a atual gestora do IPHAN de Paraty, autarquia ligada ao MINC, resolve contrariar as diretrizes do próprio governo federal, no que diz respeito à difusão do audiovisual.
     Em reunião entre a chefia do escritório do IPHAN-Paraty e dirigentes da ONG Cineclube Paraty realizada no último dia 27 de fevereiro, cuja pauta era a retomada das atividades do Cineclube Paraty na Sala IPHAN (ou Casa do Patrimônio), após pausa de fim de ano e carnaval, fomos surpreendidos pela postura daquela instituição, quando nos comunicou que:
- o escritório não tem infraestrutura para manter as atividades cineclubistas na Sala IPHAN, como o fornecimento de água potável ao público; manutenção das instalações elétricas necessárias para o funcionamento adequado dos equipamentos de audiovisual; limpeza da sala de exibição e do banheiro;
- faltam funcionários para cuidar do agendamento do auditório causando sobrecarga no desenvolvimento das atividades dos poucos funcionários do escritório,
- que as sessões de cinema não contribuem para a promoção da missão do IPHAN;
- que o auditório de 30 lugares passará a abrigar uma exposição permanente sobre o próprio IPHAN e, portanto,
- não há interesse em continuar a parceria com o Cineclube Paraty.
     Gostaríamos de relembrar parte das atividades realizadas por nós na Sala IPHAN ao longo destes quatro anos de parceria:
-mostras temáticas de filmes como, A Música no Cinema e A Dança no Cinema, por exemplo, e filmes sobre a questão indígena no Brasil, documentários musicais brasileiros e sobre a diversidade cultural;
- exibição de filmes temáticos também no IV ENCONTRO FLUMINENSE DO PATRIMÔNIO com a presença do vice-diretor de informação e patrimônio cultural da Casa de Oswaldo Cruz, da Fiocruz;
- filmes em homenagem aos centenários de nascimento de Vinícius de Moraes e de Jorge Amado;
- Festival do Júri Popular, edições 2013, 2012 e 2011;
- Mostra ETNODOC de documentários etnográficos sobre o patrimônio cultural imaterial brasileiro, projeto do próprio IPHAN, edições 2009 e 2007.
        Deixamos aqui a questão: será que estas atividades não estão diretamente ligadas à preservação e à valorização do patrimônio imaterial  brasileiro?        
     E mais uma: por que o IPHAN-Paraty está deixando de acolher projetos sócio-culturais, como o Cineclube Paraty, em sua Casa do Patrimônio, como acontece em dezenas outras cidades?
        Finalizando, lamentavelmente comunicamos o fim de uma parceria iniciada em fevereiro de 2011 e o fim das sessões regulares semanais gratuitas do Cineclube Paraty na Sala IPHAN. Foram aproximadamente 160 sessões de cinema, mais de 200 filmes exibidos, sendo os filmes nacionais a maior parte destes, atingindo em torno de 3.500 espectadores.
       Consequentemente, perde o Cineclube Paraty, perdem os moradores desta cidade com menos um espaço cultural de acesso ao cinema e perde o audiovisual de qualidade.

Cineclube Paraty
Paraty (RJ), 25/04/2015 

Fotos da desmontagem da Sala IPHAN em 25/03/15