quarta-feira, 5 de novembro de 2014

AsSim fOi...

... a nossa participação no 5o. Festival Internacional de Cinema de Paraty.

Primeiro veio o convite da organização do festival para que elaborássemos a programação do último dia na Casa da Cultura. Aceitamos prontamente. Não deixa de ser um reconhecimento pelo nosso trabalho.  Próximo passo: mãos e cabeça à obra.

A ideia para a curadoria chegou rápido. Logo definimos que seriam três sessões, quando mostraríamos bons e novos filmes brasileiros. De preferência inéditos, pelo menos em Paraty, e com a presença de seus diretores. Depois de listarmos alguns títulos desejados para o evento, acionamos os contatos e disparamos as ligações telefônicas e o envio de correios eletrônicos. Muitos 'e-mails-convites' foram enviados mas vários deles, simplesmente não voltaram nem com o clássico "obrigado mas não vai dar". Desanimamos ? Claro que não.

MÃO NA LUVA

Eis o primeiro filme a ser definido, graças aos contatos feitos diretamente com os diretores, José Joffilly e Roberto Bomtempo, pela nossa companheira cineclubista Marta Viana. Prontamente eles autorizaram a exibição, enviaram-nos uma cópia e se mostraram interessados em estar presentes na sessão, mas não poderiam.
Apesar do clima estar muito convidativo à praia no horário da sessão, houve bom público presente. Ao final, Marta que é sobrinha-neta do dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, autor da peça na qual o roteiro do filme se baseia, pôde conversar com o público. Contou-nos, por exemplo, que a peça foi escrita em 1968 e que teve várias montagens, todas após a morte do autor.
O público teve o privilégio de assistir a este filme em primeira mão, pois a data prevista para o lançamento em circuito comercial é 6 de novembro de 2014.


PRAIA DO FUTURO

Dirigido por Karim Ainouz, um dos diretores brasileiros mais importantes da retomada do cinema nacional, decidimos exibir este que é o seu último trabalho, lançado este ano em circuito comercial. Contamos com a ajuda da produção do festival que nos ajudou a conseguir a autorização e a cópia do filme.
Com Wagner Moura de protagonista, a presença de público muito bom estava garantida e confirmada.


3a. E POLÊMICA SESSÃO
Há tempos pensávamos em mostrar o(s) trabalho(s) do roteirista e diretor Newton Cannito nas sessões do Cineclube Paraty. O melhor momento chegou. Convite aceito, definimos o curta-metragem novo, escrito e dirigido pelo Newton: OS FORMIGAS. E também o longa ainda inédito, escrito e dirigido por ele e por Eduardo Benaim: SAÚDE S.A.  Tudo ia bem, desde vinte dias antes da data da exibição até três dias antes da mesma. Inclusive, estavam confirmadas as presenças dos dois diretores, assim como da protagonista do documentário, a mãe do Newton Cannito, Sra. Mary.
Porém, três dias antes da exibição, todos os envolvidos (Suzana Villas Boas, responsável pelo festival, a Casa da Cultura de Paraty e o Cineclube Paraty) recebem por e-mail a notificação do advogado Petrus Barreto, representando as empresas LM STEIN LTDA ME. e ORIGAMI CULTURAL E AUDIOVISUAL LTDA., coprodutoras do filme SAÚDE S.A., não autorizando a exibição do mesmo.
Não tendo outra opção, cancelamos a exibição do referido documentário e exibimos outro documentário dos mesmos diretores: VIOLÊNCIA S.A.
Ao final da sessão, houve bate-papo com os diretores e depoimento da Sra. Mary. Obviamente, o assunto da proibição da exibição do SAÚDE S.A. veio à tona. Newton e Eduardo puderem expor ao público presente os motivos de suas indignações, devidos à suspensão da exibição da obra por eles escrita e dirigida.
Como não estavam presentes os representantes das empresas coprodutoras acima citadas, não seria justo tomarmos partido aqui de nenhum dos lados. Mas, convidamos à todos para, quando possível, voltarem à Paraty, para exibirmos o filme e abrirmos ao debate. Isto sim seria justo para o nosso público que compareceu para assistir ao filme cancelado. E também fica aberto este canal - nosso blog - para todos exporem suas razões, caso desejem.
 
O que o Cineclube Paraty pode e deve fazer aqui é lamentar que uma obra audiovisual, até o presente momento, não cumpra seu principal objetivo - chegar ao público - mantendo-se, desta maneira, incompleto.